Luzes abstractas compõem meu vazioPartículas dispersas em meu espaço se fundemmemórias largas, histórias perdidaspontuam meu leito adormecidoe o momento que se transporta no ventoinspirei-oem meus alvéolos; novamente_
Tranquilo
acordei para um dia cansado
subi ao ponto mais alto da vila
e deixei-me ficar;
na companhia dos raios
observei o percurso infindável
de romarias avessas
de códigos cumpridos
de costas suadas
de dias esquecidos
-os amores visitados embalavam-se em frascos
que por ali navegavam;
esses que eram embutidos em formas etéreas
formas plenas e sentidas
trabalhadas sem pensar ou cansar
vinham do interior e secavam puras lágrimas
estariam presentes
sem serem vistas pelos olhares malditos,
esses que dominavam o imediato
mas não o vento nem o tempo nem o lento;
já na sombria viela, desci pela arriba
desprendi a janela
e a alegria saía
eram risos choro e saltos
entrei pela porta (já muito antiga)
dancei no tempo
com asas de vento cresci pensando e pude escolher_
tapei bem fundo com os panos queapareceram em minhas mãos; essescoloridos e diversificadosque acompanharam no imenso calcorreadopercorrido, das gotas de chuva quesalpicavam entredentes a terraEla amordaçada e pisadaesbracejava com seus olhos intensose assim me escondiem suas compridas saias; - Saltei nos quadrados lineares - Pulei em linhas verticais - Dancei com seus braços - Me iniciei em seu ventre adornado por hastesinebriantes_
Os Homens morrem mas a luta continuapor uma sociedade justa!