Insano silencio nocturno criativo

Profundamente da Existência elementar, linhas colocadas em carreira de tiro caem sobre vosso olhar (duras secas nodosas_

terça-feira

o deserto solidificou
nas margens do rio esquecido
aquele que fica à beira
da varanda que não pensa;
uma varanda esbelta imponente e graciosa
mas que apenas
observa o que passa à sua volta
[e então, que tem demais. Não é isso também que eu faço?
amlac zapar; amlac}
dizia eu que ela via o que se passava
na extensão de sua vista
e depois retraía-se
ficando na palheta com a janela indisposta;
Essa ressaviada com a trajectória
de uma bola colorida
que uma simples criança, um dia lançou
deixando-lhe marcas profundas
não física mas mentais (por dizer dos vidros colocados
que não eram do seu agrado
e outras silhuetas que ficaram alteradas. Quais silhuetas?
não responde, mas diz que as alteraram]
a janela dizia para a varanda:
- não te preocupes, a nós não nos afecta
-- mas o pombo avisou-me!
- e tu ligas para esse? ai ai ainda tens
muito que aprender.
-- e o vento está diferente!
- não é nada, é o mesmo. Mudou apenas o perfume.
-- e a chuva arde!
- não eras tu que querias ficar morena?
-- parece que está tudo a desaparecer.
- mas tu já viste que estás preocupada com as pessoas?
Tu és mole ou és pedra? Preocupas-te com
coisas insignificantes, em vez de preocupares-te
contigo.
-- mas eu preocupo-me comigo contigo e com todos!
- queres salvar o mundo é? então vai quero ver o
que vais fazer. Nada. É o que é
tu lá sabes, nem mesmo sabendo quanto mais. Ah!
enquanto isso
uma criança chorava na enorme praça
que mais parecia
uma biblioteca; pois havia silêncio e estava vazia
o puto procurava algo
algo que tinha perdido
pensava a varanda
seria a bola?
avistou com a vista
mas não a enxergou
como o puto não tinha visto
o poste
pois logo viu que duro ele era
e a nossa varandinha
logo se pôs a pensar
que posso eu fazer para o ajudar
-- olha estive a pensar e...
- bem lá estás tu outra vez. Cala-te e deixa-me estar.
Nada te vai afectar. Tu és dura, quem te vai rachar?
O vento? Ele não nos faz mal
O rio? Ah esse já ao tempo que secou.
Eu o avisei, não te metas em lutas
perdidas, mas ele lá me ligou e agora já secou.
Vai por mim e cuida só de ti.
-- tu só gostas de mim porque pensas que
tens o meu controle. É verdade?
- oh minha burra quem disse que eu gosto de ti?
És parva e estúpida todos os dias.
Ai que me fazem falta os meus queridos vidros.
e nisto a janela se agiganta
e lança do parapeito toda a sua fúria
estatelando num ápice
a varanda no chão
sem tempo para reagir
ao golpe maldoso
logo se pôs a pensar
como se iria levantar;
mas uma varanda não anda
ela permanece imóvel
mas era era a mobilidade que ela queria
e a sua vida agora disso dependia
teria que mudar
se auto-analisar e quem sabe
se reestruturar
até que o puto apareceu e lhe disse:
---- oh sen.. senh... senhora va... va... vara... varanda ...
-- é isso! De varanda passo a vara que anda.Vamos lá criança
pega em mim e anda, tu és meus pés e eu os teus olhos.
Vamos lá avante, mais um passo adiante.
e a bola?
essa essa ainda por aí anda
pequenina é certo, mas avança
pula alcança e avança
entre as mãos de quem pensa
[então a varanda pensa ou não pensa?
oh rapaz foi só para rimar_