Insano silencio nocturno criativo

Profundamente da Existência elementar, linhas colocadas em carreira de tiro caem sobre vosso olhar (duras secas nodosas_

domingo

acordei
numa nuvem alta
ela que transportava todo o líquido do planeta
movendo-se para onde
lhe apetecia;
ela que mastigava a raiva acolhedora
continha todos aqueles sorrisos rasgados
albergando a imensidão hipócrita
do actual sistema vigente,
através da personagem que a meu lado se encontrava
pude constatar
que a mais alta celebridade
perseguia apenas
muitos minutos de atenção
outros tantos segundos
minuciados pelas pupilas auditivas
sedentas
do visionamento viciante,
até que houve um momento
em que o mundo parou para a processar
de forma ávida
foram os minutos de fama
que uma vez alguém os afirmou de existirem,
em que ela os alcançava ininterruptamente;
e eu lá em cima com ela:
observando-a
interceptando os seus básicos movimentos
analisando a fraquíssima ligação com a realdidade
questionando-lhe as importantes
e mais tantas e tantas outras perguntas
me cresciam ao redor de minha cabeça
estaria a cumprir alguma pena?
porque se encontrava lá?

era de forma consciente que influenciava o mundo?
quais as suas motivações? tinha-as?
calmíssima como o olho de um furacão
nada me disse
estava na sua e assim estava, permanecendo
nos olhares sedentos
da matilha ensurdecedora, onde seus crânios estavam
guardados pelos ácaros
do mundo novo do mundo real (o mundo que rejeitara Rodin)
assim
me julgando, só me restou
de forma intrépida
fazer-me ao ar
obtendo o descontrole inaudito da sensação da queda
que já vivi trezenas de vezes à sextavada
sendo esta a mais recente,
a da queda
da nuvem tóxica
da qual eu me evadi_