Insano silencio nocturno criativo

Profundamente da Existência elementar, linhas colocadas em carreira de tiro caem sobre vosso olhar (duras secas nodosas_

segunda-feira

alegre e triste
triste e risonho;
ao olhar
lançado por aquela pedra
que se estendia nos caminhos distantes
traçados no mapa de sua mente
eu
bem eu não liguei;
ela entretanto prosseguia no terreno das ervas despidas
se abeirava do meu espaço
se ocupava no meu lugar
eu
bem aí eu debruçei;
ouvindo uma melodia melódica
balanceando-me no baloiço da criatividade
soprado pelo sopro do zépido {ele que se encaracolava nas
ervas nuas
torneando logo de seguida suas primas
as folhas de aba larga;
foi quando me lancei num passo de pura assertividade
interrogando-lhe de forma sincera:
-caminhas-te de onde para atingir o quê?
não me respondeu, ficando inerte ao vento
-repara que eu parado estou e assim ficarei!
agora deixou-se cair tendo
a erva a cobrir sua superfície de forma lasciva
-não não faças isso, é o fascínio que queres?
o fascínio é algo indizível, não o queiras almejar
porque ninguém o possui
olha olha em volta o que vês?
ela se ergue e rodopia, se ergue e rodopia, se ergue e rodopia
{aí eu desço e pela nanomilésima vez
miro o coelho a correr
com o seu relógio de tic tac
aproximo-me do minúsculo tornado
pegando levemente
sinto sua crua energia
toco em toda a sua textura rugosa
abarco os orifícios inebriantes
e lanço-a ao céu}
onde em todo seu esplendor
a pedra se desmaterializa
revelando o seu encanto para mim
ela convertia-se em longas extensões coloridas
do pó surgiam asas
as asas da alegria de minha vida;
as nuvens outrora cinzentas
naquele pedaço de terra que eu ocupava
agora agora eu cantava bem alto pois alto eu rumava
com as asas encaixadas em meu corpo
com as cores intensas sobre mim eu rodava em círculos
e círculos eu fazia naquela imensa vida;
injusta e esquecida
mas completamente vivida_